Fatores de risco para óbito por COVID-19 no Acre, 2020: coorte retrospectiva
←
→
Transcripción del contenido de la página
Si su navegador no muestra la página correctamente, lea el contenido de la página a continuación
Artigo original Fatores de risco para óbito por COVID-19 no Acre, 2020: coorte retrospectiva doi: 10.1590/S1679-49742021000300018 Risk factors for death by COVID-19, in Acre, Brazil, 2020: retrospective cohort Factores de riesgo de muerte por COVID-19, en Acre, Brasil, 2020: cohorte retrospectiva Patrícia Rezende do Prado¹ - orcid.org/0000-0002-3563-6602 Fernanda Raphael Escobar Gimenes² - orcid.org/0000-0002-5174-112X Marcos Venicius Malveira de Lima³ - orcid.org/0000-0002-0332-2721 Virgilio Batista do Prado4 - orcid.org/0000-0003-0394-2143 Carolina Pontes Soares1 - orcid.org/0000-0002-9897-5863 Thatiana Lameira Maciel Amaral1 - orcid.org/0000-0002-9197-5633 ¹Universidade Federal do Acre, Centro de Ciências da Saúde e do Desporto, Rio Branco, AC, Brasil ²Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil ³Secretaria de Estado de Saúde do Acre, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Rio Branco, AC, Brasil 4 Secretaria de Estado de Saúde do Acre, Rio Branco, AC, Brasil Resumo Objetivo: Analisar fatores de risco para óbito em indivíduos com síndrome respiratória aguda grave por COVID-19. Métodos: Coorte retrospectiva, constituída de indivíduos adultos com COVID-19, de março a setembro de 2020, notificados pelo sistema de vigilância epidemiológica do estado do Acre, Brasil. Empregou-se regressão de Cox. Resultados: Entre 57.700 indivíduos analisados, a incidência foi de 2.765,4/100 mil habitantes, e a mortalidade, de 61,8/100 mil hab. Os fatores de risco para o óbito foram ser do sexo masculino (HR=1,48 – IC95% 1,25;1,76), ter idade ≥60 anos (HR=10,64 – IC95% 8,84;12,81), sintoma de dispneia (HR=4,20 – IC95% 3,44;5,12) e apresentar multimorbidade (HR=2,23 – IC95% 1,77;2,81), com destaque para cardiopatas e diabetes mellitus. Os sintomas ‘dor de garganta’ e ‘cefaleia’ estavam presentes nos casos leves da doença. Conclusão: Ser homem, idoso, apresentar cardiopatia, diabetes mellitus e dispneia foram características associadas ao óbito pela COVID-19. Palavras-chave: Síndrome Respiratória Aguda Grave; Infecções por Coronavírus; Estudos Longitudinais; Fatores de Risco; Mortalidade. Endereço para correspondência: Thatiana Lameira Maciel Amaral - Universidade Federal do Acre, Centro de Ciências da Saúde e do Desporto, Campus Universitário, BR 364, Km 4, Distrito Industrial, Rio Branco, AC, Brasil. CEP: 69920-900 Caixa postal 500 E-mail: thatianalameira27@gmail.com Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021 1
Fatores de risco para óbito por COVID-19 Introdução características da população e dos serviços de saúde, e, nesse sentido, estudos longitudinais de seguimento A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em de- podem ser úteis para conhecer realidades locais e corrência da COVID-19 (SRAG por COVID-19) é causada subsidiar ações de saúde baseadas nessas realidades. por um coronavírus identificado em Wuhan, capital da O objetivo desta pesquisa foi analisar as caracterís- província de Hubei, China, no mês de dezembro de ticas epidemiológicas e os fatores de risco para óbito 2019.1 O novo coronavírus tem alta transmissibilidade em indivíduos com SRAG por COVID-19 no estado do e capacidade de causar casos graves e óbitos. No final Acre, Brasil, em 2020. de setembro de 2020, ele foi responsável por mais de 32,7 milhões de casos confirmados e mais de 1 milhão Métodos de mortes no mundo. O continente americano foi o mais atingido, com um número de casos superior a 16,2 Estudo longitudinal de coorte retrospectiva. O Acre milhões. Então, o Brasil era o segundo país afetado pela está localizado na região Norte do país, na Amazônia COVID-19 na região das Américas, com 4,8 milhões de Ocidental brasileira, faz divisa com Peru e Bolívia, e casos confirmados e mais de 143 mil mortes.2 possui população estimada em 881.935 pessoas para o dia 1º de julho de 2019.5 O estado conta com 380 Muitas pesquisas vêm sendo estabelecimentos de saúde, entre centros, postos e realizadas, na busca de práticas hospitais, distribuídos entre 22 municípios.6 O estudo incluiu todos os casos de COVID-19 notifi- baseadas em evidências científicas, cados no Acre até 1º de setembro de 2020. A primeira sendo fundamental contribuir com notificação de COVID-19 no estado data de 15 de março estudos epidemiológicos visando a de 2020, com os sintomas relatados tendo-se iniciado promoção da saúde, a prevenção da no dia anterior; o último caso incluído no estudo apresentou os primeiros sintomas quatro dias antes da doença e o planejamento da assistência notificação em 1º de setembro de 2020. O tempo-zero hospitalar, com a identificação de da coorte foi definido pela data do início dos sintomas, indivíduos sujeitos a fatores de risco e o delta-tempo (∆T) correspondeu ao período desde para mortalidade. a data do início dos sintomas até o desfecho (cura ou óbito) para casos com confirmação diagnóstica de A pandemia afetou drasticamente os serviços de SRAG por COVID-19. O tempo de seguimento foi de 60 saúde. Muitas pesquisas vêm sendo realizadas, na dias, contados a partir da data dos primeiros sintomas. busca de práticas baseadas em evidências científicas, Todo caso de SRAG é compulsoriamente notificado sendo fundamental contribuir com estudos epidemio- e digitado, de forma individual, no Sistema de Infor- lógicos visando à promoção da saúde, à prevenção da mação de Vigilância da Gripe (SIVEP-Gripe), cujos doença e ao planejamento da assistência hospitalar, dados foram utilizados nesse sistema de notificação. com a identificação de indivíduos sujeitos a fatores Dado a SRAG por COVID-19 ser uma emergência de de risco para mortalidade.3 Saúde Pública de importância nacional e internacional, Nesse cenário, alguns fatores de risco para morta- o Ministério da Saúde, por meio da Nota Técnica nº lidade pela SRAG por COVID-19 têm sido sugeridos, 20/2020-SAPS/GAB/MS, tornou compulsória a noti- como a linfopenia grave, altos níveis de proteína C reativa ficação dos casos, para investigação epidemiológica (correlacionada com a gravidade da hipoxemia), idade longitudinal e formulação de políticas e estratégias de mais avançada (≥60 anos), sexo masculino, raça/cor da saúde. Este foi o objetivo desta pesquisa.7 pele não branca, menor nível socioeconômico, presença O diagnóstico dos casos com COVID-19 foi realizado de comorbidades (e.g., diabetes mellitus, doenças car- por meio de confirmação laboratorial, com o teste diovasculares, hipertensão arterial e câncer, presença de molecular (RT-PCR) ou o teste imunológico. febre, dispneia, tosse e estado imunocomprometido), A SRAG foi definida pela presença concomitante de assim como obesidade e estilo de vida não saudável.4 No quatro critérios: (i) a febre, mesmo que autorreferida, entanto, tais fatores podem se modificar, a depender das (ii) a tosse ou dor de garganta, (iii) a dispneia ou 2 Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021
Patrícia Rezende do Prado e colaboradores saturação de O2
Fatores de risco para óbito por COVID-19 Tabela 1 – Caracterização dos indivíduos testados para COVID-19 (N=57.700) segundo resultado do teste, notificados, Acre, 2020 Total Positivo Negativo Variável p-valora N N % N % Sexob Masculino 26.296 11.342 46,5 14.954 45,0
Patrícia Rezende do Prado e colaboradores Continuação Tabela 2 – Distribuição dos casos de COVID-19 (n=24.389) segundo município de residência, sinais e sintomas, e presença de multimorbidade, Acre, 2020 Variável N % Multimorbidade Sim 1.492 5,9 Doença cardíaca 834 3,3 Diabetes mellitus 443 1,7 Doença respiratória crônica 186 0,7 Morbidades relatadas Doença renal crônica 103 0,7 Imunossupressão 173 0,7 Doença cromossômica 61 0,2 Gestante de alto risco 63 0,2 Tabela 3 – Distribuição dos casos de SRAGa por COVID-19 (n=18.987) segundo características epidemiológicas, clínicas e ocorrência do desfecho ‘óbito’ pela doença, Acre, 2020 Total Óbito Variável p-valorb N N % Sexoc Masculino 8.905 333 3,7
Fatores de risco para óbito por COVID-19 Tabela 4 – Fatores de risco para óbito pela SRAGa por COVID-19, Acre, 2020 Variável HRb bruta IC95%c p-valord HRb ajustadae IC95%c p-valord Sexo Masculino 1,78 1,49;2,11
Patrícia Rezende do Prado e colaboradores como ser profissional de saúde, foram negativamente estudos recentes apontem que os jovens não estão associados ao óbito (Tabela 4). livres dessa condição quando apresentam obesida- de. Estudo realizado nos Estados Unidos identificou Discussão prevalência de obesidade próxima de 40%, enquanto na China, essa condição observada foi de 6,2%.13 Na No presente estudo, foram identificados como fato- França, demonstrou-se associação significativa entre res de risco para óbito pela SRAG por COVID-19: sexo prevalência de obesidade e SRAG por COVID-19 grave, masculino, idade acima de 60 anos ou mais, dispneia, sugerindo que a obesidade pode ser um fator de risco presença de multimorbidade, com destaque para o para evolução grave da doença e, consequentemente, diabetes mellitus e problemas cardíacos; e como maior risco de admissão em UTI.14 sintomas e sinais relacionados ao melhor prognóstico, A doença grave envolve pneumonia intersticial o relato de dor de garganta e a cefaleia, assim como bilateral, o que requer suporte ventilatório na UTI e ser profissional de saúde. pode evoluir para síndrome da angústia respiratória A pandemia teve início no Acre em meados de aguda (SARA), de alta mortalidade.4 Em Rio Branco, março de 2020. Aquele momento, de emergência da a prevalência de índice de massa corporal (IMC) COVID-19 no estado, representou uma vantagem para acima de 25 kg/m² é de 48,4% entre indivíduos com o Acre, ao permitir mais tempo para o planejamento 18 a 39 anos, e de 62,1% na faixa etária de 40 a 59 da resposta da Saúde Pública regional. Ademais, a anos,15 o que também coloca a população mais jovem cidade de Rio Branco conta com um laboratório espe- em risco, uma vez que o tecido adiposo serve como cializado em doenças contagiosas, o que possibilitou reservatório para o vírus.16 a identificação dos casos no primeiro momento da Foi identificado que os profissionais de saúde, pandemia. Medidas de isolamento, como suspensão especialmente os técnicos de enfermagem, médicos de aulas e restrição de atividades não essenciais, e enfermeiros, são grupos de risco importantes também foram implementadas precocemente, com o para contrair a COVID-19, porque estão na linha de intuito de reduzir o impacto sobre o sistema de saúde. frente das ações da Saúde frente à pandemia. Esses Contudo, essas vantagens e as atitudes tomadas não profissionais se arriscam diariamente, para salvar evitaram, totalmente, a disseminação da doença na os doentes acometidos pela SRAG por COVID-19, população, e mortes foram inevitáveis. apesar da exaustão física e mental, da inquietação e Neste estudo, o perfil dos indivíduos contaminados agonia de ter de tomar decisões difíceis de triagem mostra que aqueles em idade produtiva se encon- dos doentes nos serviços de atendimento, da dor de tram sob maior risco de infecção. Porém, a maior perder pacientes, colegas e amigos, além do medo de mortalidade observada em indivíduos na idade de 60 transmitir a infecção para seus familiares. A falta de anos ou mais corrobora os dados obtidos em estudo equipamentos de proteção individual (EPIs), também com 1.808 casos da doença no município do Rio de são uma preocupação17 e, apesar da elevada taxa Janeiro, onde, segundo os pesquisadores envolvidos, de infecção, não foi observado, neste estudo, maior pessoas na faixa etária dos 30 aos 59 anos foram mais risco de mortalidade entre os profissionais de saúde. incidentes entre os casos, enquanto indivíduos com 60 Como se não bastasse, a carga viral elevada nos casos a 89 anos apresentaram maior taxa de mortalidade.8 mais graves coloca os profissionais responsáveis Dados da Coreia do Sul9 e da Alemanha,10 por sua vez, por seu cuidado entre os grupos de maior risco de demonstraram a elevada incidência na segunda década infecção,4 além de a transmissão assintomática e a de vida, um aspecto a considerar igualmente, haja vista pré-sintomática responderem, respectivamente, por o estudo alemão ter sugerido um papel importante dessa 51,7%18 e 44,0%19 das novas infecções. faixa etária na propagação da epidemia, mesmo após a Sobre os sintomáticos, as principais manifestações implementação das medidas de distanciamento social. Na observadas foram febre e tosse; dor de garganta e Itália, os casos de UTI tinham média de 63 anos e apenas dispneia também se fizeram presentes entre eles. 13,0% apresentavam menos de 51 anos.11 Esses achados corroboram uma revisão de 65 artigos, Pacientes idosos com COVID-19 têm maior pro- segundo a qual, menos comuns, foram identificados babilidade de evoluir para a doença grave,12 embora outros sintomas como cefaleia, diarreia, hemoptise e Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021 7
Fatores de risco para óbito por COVID-19 coriza;20 e mais preditores de infecção por COVID-19, a presença de doenças cardiovasculares pode agravar a perda do olfato e a perda do paladar, também iden- a pneumonia e resultar em desfechos desfavoráveis.26 tificados em outro estudo.21 Entre as limitações da presente pesquisa, um ponto A hiposmia é um sintoma prevalente em indivíduos a ser discutido está na utilização de dados secundários, com COVID-19, mais frequente nessa do que em obtidos da vigilância epidemiológica estadual, o que outras infecções do trato respiratório. Ela foi descrita limitou o detalhamento das informações, especialmente como sintoma com alto valor preditivo positivo para sobre a presença ou não de hipertensão. Sugere-se a infecção pelo coronavírus (88,8%) e, também, como inclusão, no questionário do e-SUS VE, das variáveis o sintoma inicial em até 35% dos casos da doença, ‘hipertensão arterial’, ‘anosmia/hiposmia/disgeusia/ estando associada aos casos menos graves,3 assim ageusia’, ‘mialgia’, ‘dor de garganta’, ‘cefaleia’, ‘coriza’ e como revelou a coorte do presente estudo. ‘diarreia’, no sentido de melhor fundamentar pesquisas Entre os sintomas relatados, no que se refere à futuras. Outras possíveis limitações do estudo são (i) a presença de dispneia, houve diferença estatística entre qualidade das informações, dependente do preenchi- os que foram a óbito e os sobreviventes. A dispneia é mento completo e correto da ficha de notificação do relatada em casos graves, visto que a COVID-19 utiliza e-SUS VE, e (ii) a subnotificação dos casos. Entretanto, a a enzima conversora da angiotensina 2 (ECA 2) como utilização desse banco de dados permite traçar um perfil receptor, sendo amplamente encontrada nos tecidos do de casos graves de SRAG por COVID-19, fundamental pulmão, intestino, rim e vasos sanguíneos. Ademais, esse neste momento de pandemia. processo resulta em liberação de citocinas e consequen- Outro ponto a ser questionado é o autorrelato da te dano aos tecidos pulmonares, renais e cardíacos.22 multimorbidade, que pode resultar em subnotificações e Quanto à presença de multimorbidades, ela foi maior subestimação da força de associação com resultados ad- entre os indivíduos que foram a óbito por COVID-19 versos. Cumpre lembrar que o autorrelato para doenças no Acre. Em Nova Iorque, Estados Unidos, estudo com crônicas é amplamente utilizado, e que tais informações 5.700 indivíduos hospitalizados revelou que 88,0% foram obtidas por profissionais de saúde. Outros estudos apresentavam mais de uma morbidade, sendo as mais são necessários para explorar o tema, utilizando-se de prevalentes a hipertensão arterial (56,6%), a obesidade fontes de dados primários e dispondo de maior tempo (41,7%) e o diabetes mellitus (33,8%).23 Na China, de seguimento. Finalmente, o número reduzido de óbitos estudo com 1.590 pessoas hospitalizadas revelou que resultou em intervalos de confiança amplos, cabendo as morbidades mais prevalentes foram a hipertensão e cautela na análise dos dados apresentados. o diabetes, implicando um risco de 1,79 (1,16;2,77) Destaca-se como ponto forte da pesquisa o segui- entre indivíduos com pelo menos uma morbidade, mento prolongado, com avaliação dos desfechos ‘cura’ e de 2,59 (1,61;4,17) entre aqueles com duas ou e ‘óbito’. Ademais, o estudo foi realizado em um estado mais morbidades.24 Segundo uma pesquisa brasileira, da região Norte do Brasil, com uma população que realizada no período da pandemia até a 21ª Semana obteve seu diagnóstico de análises laboratoriais e sua Epidemiológica de 2020, o diabetes também foi mais notificação de COVID-19 feita no e-SUS VE/SIVEP-Gripe, prevalente em indivíduos hospitalizados com SRAG por sendo acompanhados para fechamento dos casos e iden- COVID-19, comparados à população geral do país.25 A tificação dos desfechos em saúde. A escolha do tipo de possível explicação para os quadros graves em pessoas estudo e a abrangência da amostra, neste momento de com diabetes mellitus deve-se ao reconhecimento pandemia, reforçam sua importância, na medida em que constante da glicose pelos receptores de lectina do tipo o trabalho subsidia conhecimentos sobre a realidade de C, gerando maior inflamação.22 estados distantes dos grandes centros urbanos do país, Em estudo com 1.139 casos e 11.390 controles rea- permitindo a identificação de fatores de risco regionais lizado em Madri, Espanha, pesquisadores observaram para óbito na SRAG por COVID-19. que os inibidores do sistema renina-angiotensina-aldos- Conclui-se que o estudo analisou as características terona não aumentaram o risco de SRAG por COVID-19 epidemiológicas e os fatores de risco para óbito em grave, sendo desaconselhada a descontinuidade do trata- indivíduos diagnosticados com SRAG por COVID-19 no mento por parte dos doentes. Ademais, o monitoramento estado do Acre. É necessária atenção aos grupos de ris- contínuo desses indivíduos foi recomendado, porque co, inclusive idosos, dispneicos e portadores de diabetes 8 Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021
Patrícia Rezende do Prado e colaboradores mellitus. Alguns sintomas foram mais comuns nos casos análise e interpretação dos dados e redação da primeira leves da doença e devem ser mais bem elucidados em versão do manuscrito. Prado VB e Amaral TLM contri- pesquisas futuras. buíram na análise e interpretação dos dados, e revisão crítica do manuscrito. Todos os autores aprovaram Contribuições dos autores a versão final do artigo e são responsáveis por todos os aspectos do trabalho, incluindo a garantia de sua Prado PR, Gimenes FRE, Lima MVM e Soares CP precisão e integridade. contribuíram na concepção e delineamento do artigo, Referências 1. Li Q, Guan X, Wu P, Wang X, Zhou L, Yeqing T, et al. VE-e-S%C3%ADndrome-Respirat%C3%B3ria-Aguda- Early transmission dynamics in Wuhan, China, of Grave-SRAG-hospitalizado-no-SIVEP-Gripe..pdf novel coronavirus-infected pneumonia. N Engl J Med. 8. Cavalcante JR, Abreu AJL. Covid-19 no município do 2020 Marc 26;382(13):1199-207. doi: https://doi. Rio de Janeiro: análise espacial da ocorrência dos org/10.1056/NEJMo a2001 316. primeiros casos e óbitos confirmados. Epidemiol Serv 2. World Health Organization. WHO health emergency Saude. 2020; 29(3):e2020204. doi: http://dx.doi. dashboard: WHO Covid-19 [Internet]. Geneva: WHO: org/10.5123/s1679-49742020000300007. c2020 [acesso 14 abr. 2021]. Disponível em: https:// 9. Korea Center for Disease Control (KCDC). The covid19.who.int/ updates on SRAG-COVID in Korea as of 28 March 3. Cowling BJ, Leung GM. Epidemiological research [Internet]. Cheongju: KCDC; [2020] [acesso 15 maio priorities for public health control of the ongoing 2021]. Disponível em: https://www.cdc.go.kr/board/ global novel coronavirus (2019-nCoV) outbreak. board.es?mid=a30402000000&bid=0030&act=view Euro Surveill. 2020;25(6):2000110. doi: https://doi. &list_no=366674&tag=&nPage=6 org/10.2807/1560-7917.ES.2020.25.6.2000110. 10. Goldstein E, Lipsitch M. Temporal rise in the 4. Hamer M, Kivimäki M, Gale CR, Batty GD. Lifestyle proportion of younger adults and older adolescents risk factors, inflammatory mechanisms, and Covid-19 among coronavirus disease (Covid-19) cases hospitalization: a community-based cohort study following the introduction of physical distancing of 387,109 adults in UK. Brain Behav Immun. measures, Germany, March to April 2020. Euro 2020;87:184-187. doi: https://doi.org/10.1016/j. Surveill. 2020;25(17):2000596. doi: https://doi. bbi.2020.05.059. org/10.2807/1560-7917.ES.2020.25.17.2000596. 5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística., 11. Grasselli G, Zangrillo A, Zanella A, Antonelli M, Estimativas da população residente com data de Cabrini L, Castelli A, et al. Baseline characteristics and referência 1 de julho de 2019 [Internet]. [Brasília, outcomes of 1591 patients infected with SARS-CoV-2 DF]: IBGE; [data desconhecida; acesso 15 maio admitted to ICUs of the Lombardy Region, Italy. JAMA. 2021] Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ 2020 Apr 28;323(16):1574-81. doi: https://doi. cidades-e-estados/ac/.html org/10.1001/jama.2020.5394. 6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 12. Rod JE, Oviedo-Trespalacios O, Cortes-Ramirez J. A Assistência médica sanitária: 2009. Rio de Janeiro: brief-review of the risk factors for Covid-19 severity. IBGE; 2010. Rev Saude Publica. 2020 ;54:60. doi: https://doi. org/10.11606/s1518-8787.2020054002481. 7. Ministério da Saúde (BR). Nota Técnica n.20/2020- SAPS/GAB/SAPS/MS. Notificação imediata de casos 13. Kass DA; Duggal P; Cingolani O. Obesity could shift de Síndrome Gripal via plataforma do eSUS VE severe Covid-19 disease to younger ages. Lancet. e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 2020 May 16;395 (10236):1544-45. doi: https://doi. hospitalizado no SIGEP-Gripe. Brasília, DF: MS; org/10.1016/S0140-6736(20)31024-2. 14 abr. 2020 [acesso 15 maio 2021] Disponível 14. Caussy C, Pattou F, Wallet F, Simon C, Chalopin S, em: https://datasus.saude.gov.br/wp-content/ Telliam C, et al. Prevalence of obesity among adult uploads/2020/04/Nota-T%C3%A9cnica-20_ inpatients with Covid-19 in France. Lancet Diabetes Notifica%C3%A7%C3%A3o-Imediata-de-Casos-de- Endocrinol. 2020;8(7):562-4. doi: https://doi. S%C3%ADndrome-Gripal-via-plataforma-do-eSUS- org/10.1016/S2213-8587(20)30160-1. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021 9
Fatores de risco para óbito por COVID-19 15. Loureiro NSL, Amaral TLM, Amaral CA, Monteiro Arch Otorhinolaryngol. 2020;277(9):2625-30. doi: GTR, Vasconcellos MTL, Bortolini MJS. Relationship https://doi.org/10.1007/s00405-020-06069-6. between anthropometric indicators and risk factors 22. Hoffmann M, Kleine-Weber H, Schroeder S, Krüger for cardiovascular disease in adults and older N, Herrler T, Erichsen S, et al. SARS-CoV-2 cell entry adults of Rio Branco, Acre. Rev Saude Publica. depends on ACE2 and TMPRSS2 and is blocked by a 2020;54:24. doi: https://doi.org/10.11606/s1518- clinically proven protease inhibitor. Cell. 2020 Apr 8787.2020054001088. 16;181(2):271-80.e8. doi: https://doi.org/10.1016/j. 16. Lucena TMC, Santos AFS, Lima BR, Borborema cell.2020.02.052. MEA, Silva JA. Mechanism of inflammatory response 23. Richardson S, Hirsch JS, Narasimhan M, Crawford in associated comorbidities in Covid-19. Diabetes JM, McGinn T, Davidson KW, et al. Presenting Metab Syndr. 2020;14(4):597-600. doi: https://doi. characteristics, comorbidities, and outcomes among org/10.1016/j.dsx.2020.05.025. 5700 patients hospitalized with Covid-19 in the New 17. Lancet. COVID-19: protecting health-care workers. York City Area. JAMA. 2020 May 26;323(20):2052-9. Lancet. 2020 Mar 21;395(10228):922. doi: https:// doi: https://doi.org/10.1001/jama.2020.6775. doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30644-9. 24. Guan WJ, Liang W-H, Zhao Y, Liang H-R, Chen Z-S, 18. Mizumoto K, Kagaya K, Zarebski A, Chowell Li Y-M, et al. Comorbidity and its impact on 1590 G. Estimating the asymptomatic proportion of patients with Covid-19 in China: a nationwide analysis. coronavirus disease 2019 (Covid-19) cases on Eur Respir J. 2020 May 14;55(5):2000547. doi: board the Diamond Princess cruise ship, Yokohama, https://doi.org/10.1183/13993003.00547-2020. Japan, 2020. Euro Surveill. 2020;25(10):2000180. 25. Niquini RP, Lana RM, Pacheco AG, Cruz OG, Coelho doi: https://doi.org/10.2807/1560-7917. FC, Carvalho LM, et al. Description and comparison ES.2020.25.10.2000180. of demographic characteristics and comorbidities 19. He X, Lau EHY, Wu P, Deng X, Wang J, Hao X, in SARI from Covid-19, SARI from influenza, et al. Temporal dynamics in viral shedding and the Brazilian general populstion Cad Saude and transmissibility of Covid-19. Nat Med. Publica. 2020;36(7):e00149420. doi: https://doi. 2020;26(5):672-5. doi: https://doi.org/10.1038/ org/10.1590/0102-311x00149420. s41591-020-0869-5. 26. Abajo FJ, Rodríguez-Martín S, Lerma V, Mejía- 20. Liu K, Chen Y, Lin R, Han K. Clinical features of Abril G, Aguilar M, García-Luque A, et al. Use of Covid-19 in elderly patients: a comparison with young renin–angiotensin–aldosterone system inhibitors and middle-aged patients. J Infect. 2020;80(6):e14-8. and risk of Covid-19 requiring admission to doi: https://doi.org/10.1016/j.jinf.2020.03.005. hospital: a case-population study. Lancet. 2020 May 30;395(10238):1705-14. doi: https://doi. 21. Printza A, Constantinidis J. The role of self-reported org/10.1016/S0140-6736(20)31030. smell and taste disorders in suspected Covid-19.. Eur 10 Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021
Patrícia Rezende do Prado e colaboradores Abstract Resumen Objective: To analyze risk factors for death in Objetivo: Analizar los factores de riesgo de muerte individuals with Severe Acute Respiratory Syndrome en individuos con Síndrome Respiratorio Agudo Grave by COVID-19. Methods: Retrospective cohort, with por COVID-19. Métodos: Cohorte retrospectiva, con adult individuals with COVID-19, between March and individuos adultos con COVID-19, entre marzo y September 2020, notified by Epidemiological Surveillance septiembre 2020, notificado pelo Sistema de Vigilancia System in state of Acre, Brazil. Cox Regression was used. Epidemiológica en el estado de Acre, Brasil. Se utilizó Results: Of the 57,700 individuals, the incidence was la regresión de Cox. Resultados: 57.700 individuos 2,765.4/100,000 inhabitants and mortality 61.8/100,000 evaluados, la incidencia fue de 2.765,4/100.000 inhabitants. The risk factors for death were: male habitantes y la mortalidad 61,8/100.000 habitantes. Los gender (HR=1.48 – 95%CI 1.25;1.76), age ≥60 years old factores de riesgo de muerte fueron: sexo masculino (HR=10.64 – 95%CI 8.84;12.81), dyspnea (HR=4.20 – (HR=1,48 – IC95% 1,25;1,76), edad ≥60 años (HR=10,64 95%CI 3.44;5.12), multimorbidity (HR=2.23 – 95%CI – IC95% 8,84;12,81), disnea (HR=4,20 – IC95% 1.77;2.81), with emphasis heart problems and diabetes. 3,44;5,12), multimorbidad (HR=2,23 – IC95% 1,77;2,81), The symptoms sore throat (HR=0.44 – 95%CI 0.27;0.71) incluidos problemas cardíacos y diabetes. Los síntomas and headache (HR=0.44 – 95%CI 0.22;0.89) were present dolor de garganta y de cabeza estuvieron presentes en in mild cases of the disease. Conclusion: Men, older casos leves de la enfermedad. Conclusión: Hombres, adults, those with heart disease, diabetes and dyspnea ancianos, personas com enfermedades cardíacas, were at risk of death in the occurrence by COVID-19. diabetes y disnea fueron características asociadas com Keywords: Severe Acute Respiratory Syndrome; la muerte por COVID-19. Coronavirus Infections; Longitudinal Studies; Risk Palabras-clave: Síndrome Respiratorio Agudo Grave; Factors; Mortality. Infecciones por Coronavirus; Estudios Longitudinales; Factores de Riesgo; Mortalidad. Recebido em 26/08/2020 Aprovado em 09/03/2021 Editor associado: Bruno Pereira Nunes - orcid.org/0000-0002-4496-4122 Editora científica: Taís Freire Galvão - orcid.org/0000-0003-2072-4834 Editora geral: Leila Posenato Garcia - orcid.org/0000-0003-1146-2641 Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(3):e2020676, 2021 11
También puede leer