A IMPORTÂNCIA DO MARKETING PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO LOCAL: O CASO DE BARRA DOS COQUEIROS / SERGIPE
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& ISSN Impresso: 2316-1299 E-ISSN: 2316-3127 A IMPORTÂNCIA DO MARKETING PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO LOCAL: O CASO DE BARRA DOS COQUEIROS / SERGIPE Chawane Krisley Santos Evangelista1 RESUMO Mário Eugênio Paula de Lima2 Neste artigo, são apresentados conceitos de ma- rketing, definição de turismo e a aplicação do ma- rketing ao turismo, com o objetivo de realizar uma análise sobre a importância do marketing para o desenvolvimento do turismo local. O estudo de caso apresenta a cidade de Barra dos Coqueiros, identificando seu potencial turístico, atrativos naturais, culturais/históricos. Apresenta tam- bém ações praticadas pela secretaria de turismo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde se pesquisou dados secundários como livros, arti- gos, relatórios e sites como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Governo de Sergipe e o Portal da Prefeitura da Barra, analisando os conceitos e explorando os aspectos já publicados. Em sendo assim, são apresentados os resultados obtidos, destacando a importância do marketing, e sugestão de estratégias de marketing turístico. Palavras-chave Marketing. Turismo. Barra dos Coqueiros. Desen- volvimento Local. ABSTRACT 1 Graduada em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda – UNIT. E-mail: anekrisley@hotmail.com In this paper, we present concepts of marketing, 2 Graduado em Comunicação Social, Relações Públicas – UNIT; tourism definition and implementation of tourism Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – UFS. E-mail: marketing, in order to perform an analysis of the meugenio@infonet.com.br Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 | Setembro 2016
58 importance of marketing for the development of O estudo dessa temática justifica-se pela local tourism. The case study shows the city of fragilidade na exploração do potencial turístico, Barra dos Coqueiros, identifying its potential for problemática que faz parte da realidade brasilei- tourism, natural attractions, cultural / historic. ra, principalmente no Estado de Sergipe, onde se It also actions taken by the tourist office. This is localiza o objeto de estudo o município de Barra a literature search, which was researched sec- dos Coqueiros, cidade litorânea, contemplada com ondary data such as books, articles, reports and belezas naturais, praias, dunas, manguezais, rios websites such as IBGE, Sergipe Government and e atrativos culturais como grupos folclóricos e ar- the Portal of the Bar Hall, analyzing the concepts tesanatos, mas barreiras são encontradas tanto and exploring aspects already published. That be- na divulgação, quanto na inserção da comunidade ing so, the results are presented, highlighting the local na atividade turística. Não adianta a cidade importance of marketing and suggestion tourism possuir vários atrativos turísticos como os citados marketing strategies. acima, se não houver um planejamento por parte dos órgãos responsáveis, para aproveitar os pos- síveis potenciais locais. Keywords A partir desses elementos, tivemos como obje- Marketing; Tourism; Barra dos Coqueiros; Local tivo geral identificar o potencial turístico de Barra development. dos Coqueiros. Estes que não são divulgados em sua totalidade em sites, livros e guias turísticos. Os objetivos específicos são abordar a importân- 1 INTRODUÇÃO cia do marketing para o desenvolvimento do turis- mo local e identificar se as ações realizadas pela O turismo se transformou na maior atividade administração são suficientes para o desenvolvi- econômica, principal gerador de renda e emprego, mento do turismo de Barra dos Coqueiros. envolvendo segmentos variados como construção civil, serviços, comércio, indústria têxtil e alimen- No segundo capitulo, são apresentados con- tação. A atividade turística aproxima pessoas, de ceitos para compreensão dos temas básicos e a lugares e culturas distantes, facilitando a comu- função do marketing, a importância do composto nicação entre elas, a diversidade cultural se torna de marketing (produto, preço, praça e promoção) um dos principais atrativos, assim passando a ser para planejamento de estratégias. O terceiro capí- valorizada. Apesar desse poder de transforma- tulo traz a conceituação do turismo, como aplicar ção, não é dada a essa atividade o devido grau de o marketing diretamente ao setor turístico, iden- importância, não só por parte da população, mas tificar as ações de marketing que auxiliam a ad- também por órgãos públicos e privados. ministração pública, a investir no potencial turís- tico local. O quarto capítulo apresenta o estudo de A demanda da atividade turística tem aumen- caso do município de Barra dos Coqueiros, inven- tado bastante, por causa de fatores como: aumen- tário descrevendo as atividades de cada povoado, to do tempo livre, destinando esse tempo para o identificação dos atrativos turísticos: naturais e lazer, busca pela satisfação pessoal, fuga da roti- histórico/culturais. Descrição das atividades rea- na, desejo de conhecer novos lugares, novas cul- lizadas pela administração pública. turas. Mas a atividade turística precisa estar pre- parada para satisfazer os anseios desse público A produção deste artigo deu-se por meio de e proporcionar uma experiência positiva para o pesquisa bibliográfica, publicações acessíveis na turista. Para atrair e atender as necessidades do internet como Instituto Brasileiro de Geografia e público-alvo é necessário utilizar o marketing, de- Estatística (IBGE), site do Governo de Sergipe, Por- senvolvendo canais de comunicação eficazes para tal da Prefeitura, coleta de dados primários por atração, recepção e acolhimento do público. meio de entrevista e de dados secundários como Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
59 o inventario do município. E, por fim, nas consi- No segundo nível, as necessidades de segurança, derações finais, é apresentado um balanço geral estabilidade, saúde, proteção contra a violência, dos principais resultados obtidos, destacando a recursos financeiros. No terceiro nível estão as importância do marketing e a integração da co- sociais, que são o desejo de aceitação em grupos, munidade, lideranças empresariais e políticas, socialização, amizade, amor. Em sequência, estão população em geral para o sucesso da atividade as necessidades de status: autoestima, autocon- turística local. fiança, reconhecimento conquista. No topo da pi- râmide, a mais elevada se encontra a necessidade de autorrealização, respeito, prestigio, autonomia, 2 MARKETING criatividade, independência. Segundo Kotler e Armstrong (2007), o marke- As pessoas tentam satisfazer as necessida- ting está em todo lugar, no anúncio da TV, jornal, des mais importantes em primeiro lugar, quando revista, internet, nas ruas, escolas, faz parte do dia conseguem, buscam atender a próxima mais rele- a dia, naquele simples folder que é entregue no ca- vante (KOTLER; KELLER, 2006). Assim, as neces- minho do trabalho, o anúncio que está no fundo do sidades realizadas inicialmente são as da base, ônibus. A mensagem é transmitida, mas por trás necessidades fisiológicas (abrigo, água, comida). há todo um processo, planejamento, estratégias que as pessoas não percebem. Mas como atender as necessidades e satis- fazer os desejos do público? Kotler e Armstrong Kotler e Armstrong (2007, p. 4) definem marke- (2007) afirmam que os passos iniciais do processo ting como o “processo pelo qual as empresas criam de marketing se concentram em criar valor para os valor para os clientes e constroem fortes relaciona- clientes. Primeiro é necessário entender o merca- mentos com eles para capturar seu valor em troca”. do por meio de pesquisas sobre as necessidades dos clientes. O questionamento básico é quem é A principal função do marketing é atrair e man- o público-alvo? Precisa-se fazer a segmentação ter o cliente: entender o cliente, satisfazer suas do mercado. A segunda questão diz respeito à necessidades e desejos criar valor e construir um estratégia de marketing, posicionamento, como forte relacionamento com ele. É necessário que o conquistar o público identificado por meio da pes- profissional de marketing conheça seu público- quisa de mercado. -alvo, suas necessidades e desejos e o mercado que estão atuando. Cada necessidade humana in- O processo com adoção das estratégias de fluencia a motivação e tomada de decisão de cada marketing consiste em quatro elementos deno- individuo. A necessidade é sensação, estado ou minados composto de marketing ou marketing percepção da falta de algo, podendo ser classifica- mix. “Os elementos são: produto, preço, pro- da como primária secundária e psicológica. moção, praça ou ponto (distribuição), os 4Ps do marketing” (COBRA, 2009, p. 10). Os 4Ps são fer- De acordo com Cobra (2009), as necessidades ramentas que influenciam nas decisões das es- descrevem exigências humanas básicas conforme tratégias da organização e determinantes para Abraham Maslow. Kotler (2006) complementa que atingir e obter resultados do público-alvo e reúne de acordo com Maslow as necessidades humanas as etapas do planejamento de ações do produto são dispostas em uma hierarquia, da mais urgente ou serviço, como a definição do preço, divulgação para a menos urgente. A Pirâmide de Maslow é por meio da promoção de suas características, e formada pelas necessidades humanas, fisiológi- praça (distribuição) para que o target tenha aces- cas, de segurança, sociais, status e autorrealiza- so ao produto/serviço. ção, e são separadas por níveis: Na base da pirâ- mide, estão as necessidades fisiológicas, que são a) Produto – Elemento principal da estratégia básicas, como: alimentação, ar, água, abrigo, sono. de marketing. Kotler e Keller (2006) definem o Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
60 produto como tudo que pode ser ofertado ao 3 MARKETING E TURISMO mercado para satisfazer as necessidades ou desejos, como bens físicos, serviços, eventos, 3.1 TURISMO lugares, propriedades. Refere-se às caracte- rísticas e atributo do produto: variedade de De acordo com os dados do Conselho Mundial produtos, quantidade, design, nome da marca, de Viagens e Turismo (2013), o setor contribui com tamanho, serviços, garantias. 9,2% do PIB no Brasil, o que equivale a R$ 443,7 bi- lhões, posicionando o país na sexta posição mun- b) Preço – Valor que será cobrado ao cliente. dial entre as economias de turismo no mundo. Em Kotler e Keller (2006) afirmam que o preço é relação à contribuição direta do setor no Brasil, o o único elemento do composto de marketing percentual é de 3,5% no Produto Interno Bruto com que produz receita, os demais só produzem R$ 166,1 bilhões de reais (BRASIL, 2013). custos. As atividades que englobam esse composto são condições de pagamento, des- Um dos mais relevantes setores econômicos contos de venda, concessões, prazos de paga- contribui para a criação de riqueza e melhoria do mento, crédito. bem estar dos cidadãos. Se trabalhado correta- mente gera emprego, promove investimento, es- c) Praça – Local onde o produto estará sendo timula o desenvolvimento de infraestruturas co- disponibilizado. Este composto abrange fato- letivas, favorece a preservação do meio ambiente, res a respeito da logística, como canais de dis- a recuperação do patrimônio histórico e cultural, tribuição, cobertura, variedade, estoque, prazos assim favorecendo o desenvolvimento regional. de entrega, pontos de venda. De acordo com Cobra (2009) é preciso que a distribuição leve A atividade turística é caracterizada por Dias e o produto certo ao local exato, assim não ocor- Cassar (2005) a partir de duas linhas de interpre- rendo ausência do produto em nenhum mer- tação: a sociocultural e a econômica: cado potencial. No sociocultural, Dias e Cassar (2009) afirmam d) Promoção – Coordenação de esforços e ati- que o turismo é uma prática social e cultural, com vidades das áreas de vendas, com finalidade objetivo de atender as necessidades psicossociais de promover o produto. Insere-se na propa- das pessoas que viajam, essas que são o lazer, ganda e publicidade, merchandising, relações pausa nas atividades diárias, conhecer novos lu- públicas, estratégias do trade-marketing, com gares e pessoas, fuga da rotina. o objetivo de atrair a atenção do público alvo para o produto e serviço. Kotler e Keller (2006) No econômico, Dias e Cassar (2009) abordam reiteram que o marketing moderno não se re- que o sistema turístico é como um sistema eco- sume em criar bons produtos e inseri-los ao nômico-industrial, integrando diversas empre- mercado, neste processo é fundamental a co- sas, que ofertam uma gama de serviços como municação com o target. hospedagem, transporte, alimentação, entrete- nimentos e outras necessidades indispensáveis Segundo Trigueiro (2001), o marketing é con- para quem viaja. fundido com promoção de vendas, propaganda e publicidade, mas estas ações fazem parte do acer- Segundo a Organização Mundial de Turismo vo de suas atividades. O marketing é o conjunto (2000), são consideradas de turismo as ativida- de ações voltadas para facilitar o processo de tro- des que as pessoas realizam durante suas via- ca entre a organização e seu público – alvo. As- gens e estadias em lugares diferentes do seu sim com objetivo de atender as necessidades das local de residência, por um período consecutivo pessoas por meio de ideias, produtos ou serviços. inferior a um ano, com propósitos de lazer, des- canso, negócios e outros. Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
61 Essas atividades incluem visita ao Parque da 3) Turismo emissor: realizado por residentes Cidade, museus, praias, feiras de artesanato, sho- para fora do país, região ou localidade. Por ws, festas religiosas, eventos seja tecnológico, exemplo, brasileiros que vão para o Paraguai. gastronômico, esportivo, cultural. Conhecer luga- res e pessoas é uma das motivações para a práti- Conforme a ONU/OMT (2000), a partir desses ca do turismo, mas a principal conforme Petrocchi tipos de turismo são classificadas mais três ca- (2004) é o lazer, que abrange os atrativos turísticos. tegorias: As características fundamentais do turismo – O turismo interior: realizado por residentes são deslocação e permanência pouco prolongada. quanto pelos não residentes, em um país. É a A Organização das Nações Unidas e a Organização junção do turismo doméstico com o receptivo; Mundial de Turismo (ONU/OMT, 2000) criaram de- finições a partir destas características: – O turismo nacional: é a locomoção de visitan- tes residentes tanto dentro como fora do país. Visitantes – pessoas que se deslocam de um É a combinação do turismo doméstico com o lugar diferente de seu entorno habitual, por um turismo receptivo; período inferior a 12 meses, cujo objetivo princi- pal não seja a de exercer uma atividade remune- – O turismo internacional: é a circulação de vi- rada no local visitado. Segundo a OMT os visitan- sitantes entre vários países. tes dividem-se em duas categorias: os turistas e os excursionistas. 3.2 MARKETING TURÍSTICO Turistas – visitantes que dormem em local di- Conforme Melgar (2001, p. 60), “o marketing tu- ferente de seu local habitual, permanecem mais de rístico é o conjunto de atividades com o objetivo 24 horas, ocupando um alojamento coletivo ou pri- de desenvolver um setor produtivo da atividade tu- vado no lugar visitado. Também são considerados rística, unindo esforços financeiros, humanos e físi- turistas os jovens que estudam e moram em gran- cos”. Identifica as necessidades atuais e potenciais des cidades, e visitam os pais em feriados longos. em segmentos específicos de mercados turísticos, assim gerando produtos com função de atender Excursionistas – visitantes que não passam a essas necessidades e simultaneamente proporcio- noite no local visitado, permanecem menos de 24 nando um beneficio econômico aos investidores. horas, não ocupando consequentemente qualquer tipo de alojamento, seja coletivo ou privado. O marketing turístico foca na satisfação dos desejos. No turismo, o marketing é essencial na Ainda de acordo com as organizações ONU/ construção de ferramentas para conquistar o con- OMT (2000), há três tipos de turismo segundo a sumidor, no caso o turista. Mas como conquistar o origem dos visitantes: o turismo interno ou do- consumidor? Por meio do produto turístico. méstico; o turismo receptivo, e o turismo emissor. O produto turístico é imaterial intangível, não 1) Turismo interno ou doméstico: realizado por pode ser tocado. Ruschmann (2003, p. 11) comple- visitantes residentes que viajam apenas den- menta que “por ser um bem de consumo abstrato, tro do seu próprio país. Por exemplo, excursões, não pode ser avaliado de acordo com seu tamanho e viagem para outro estado, município; seu peso, formato ou cor. Sua representação é feita para os consumidores potenciais, os turistas, atra- 2) Turismo receptivo: realizado por visitantes vés de descrições e fotos”. O que motiva a compra não residentes em um país, região ou localida- são as promessas de satisfação. Essa realizada por de. Como pessoas de outros países que visi- meio de estratégias publicitárias e promocionais. tam o Brasil; Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
62 Essa característica de intangibilidade faz com Promoção: “Com finalidade de comunicar ao que a comercialização do produto turístico neces- mercado-alvo que o produto existe e induzir à site de técnicas mercadológicas, especificamente compra, abrange venda em massa, venda pessoal, as do marketing turístico (RUSCHMANN, 2003). relações públicas, assessoria de imprensa e pro- moção de vendas”. (PETROCCHI, 2004, p. 77). No Petrocchi (2004) afirma que o composto de ma- mercado turístico, a promoção de vendas é de ex- rketing, faz parte das ações estratégicas. O turista trema importância, realizada por meio de eventos é o foco deste composto. “No destino de turismo, como feiras, congressos e workshops. o produto que deve ser estruturado para ser ofe- recido ao mercado é o pacote turístico, com deter- [...] A promoção de vendas são atividades promocio- minado preço e colocado ao público por meio das nais que estimulam o interesse, atração ou compra agências de viagens, o ponto de venda ou praça” do produto turístico por meio de turistas ou canais (PETROCCHI, 2004, p. 73). intermediários. São utilizadas peças como brindes, cartazetes, catálogos, folhetos, materiais de ponto de O composto de marketing ou 4Ps do turismo venda, fitas de vídeo e etc. (PETROCCHI, 2004, p. 77). são apresentados por Petrocchi (2004): Produto: é representado por um bem ou ser- As estratégias são a produção de planos para viço destinado às necessidades dos turistas. “O atingir os objetivos. “O planejamento estratégico desenvolvimento do produto turístico possui uma é uma das principais funções organizacionais, que dimensão ampla, pois sofre influência da geogra- compreende o direcionamento dado à função de fia, infraestruturas, equipamentos, hospitalidade, marketing de modo a garantir sua participação gastronomia, folclore, serviços urbanos e turísticos” eficaz diante dos objetvos orgazinacionais gerais”. (PETROCCHI, 2004, p. 74). Faz parte da gama de pro- (DIAS; CASSAR, 2005, p. 234). Para Petrocchi (2004), dutos turísticos os pacotes de férias, curta tempora- a adoção do planejamento estratégico proporcio- da, pacotes para eventos, viagens de incentivo, con- na o rumo para o destino como um todo, orientan- venções, eventos, atrativos turísticos, infraestrutura, do suas relações com o meio envolvente, raciona- gastronomia, folclore, equipamentos serviços. liza e potencializa o uso dos recursos disponíveis e dá agilidade a gestão do destino turístico. Como Ponto de venda: “Engloba tudo que deve ser fei- parte essencial para o desenvolvimento do turis- to para levar o produto do vendedor inicial ao com- mo de uma localidade, o plano de marketing deve prador final. Os vendedores iniciais são as empre- ser proposto e gerido por pessoas especializadas, sas de turismo de destino, que atuam no mercado pois os resultados de uma construção de imagem por meio de pacotes turísticos” (PETROCCHI, 2004, equivocada podem resultar em um fracasso do p. 77). O ponto de venda ou distribuição é formado planejamento como um todo. por agências de viagens, operadoras, agências de turismo receptivo, centrais de reservas. 3.3 TRADE MARKETING Preço: “É a expressão monetária do valor de Fatores como a globalização, acesso à internet, um bem ou serviço, ou seja, o valor que o turista mudança demográfica, estabilidade econômica, aceitaria pagar pela prestação de serviços turísti- aumento da concorrência, variedade de produtos cos”. Levando em conta os custos do composto de e serviços, contribuíram para mudanças no com- marketing, os preços dos destinos concorrentes e portamento do consumidor. Mais exigentes, bem o poder de compra dos segmentos (PETROCCHI, informados, seletivos e ansiosos por novidades, 2004, p. 77-78). Incluem-se nessa variável os des- os consumidores estão em busca de satisfazer contos, formas de pagamento como parcelamen- seus desejos. O marketing acompanha essas mu- tos e cartão de créditos. danças e cada vez mais utiliza estratégias para conquistar o consumidor no ponto de venda. Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
63 “O cenário mudou, hoje o comprador é chama- 4 ESTUDO DE CASO do de shopper. O mercado é chamado de Trade. E quando o vendedor faz marketing no ponto de Para a análise do objeto de estudo foi neces- venda, diz-se que ele é um vendedor trade marke- sário realizar levantamentos de dados secundá- ting” (COBRA, 2009, p. 402). rios, pesquisa bibliográfica, elaboração de ques- tionário, pesquisas em sites como o site oficial Cobra (2009) afirma que Trade Marketing é o da Prefeitura de Barra dos Coqueiros e o do Go- elo entre o marketing e vendas, e tem como fun- verno de Sergipe. ção principal conquistar o consumidor no ponto de venda, por meio de estratégias para a construção Foram encontradas dificuldades para a coleta da imagem da marca de forma localizada. de informação. Na Secretaria de Turismo não ha- via livros, documentos, guia turístico sobre a Barra Conforme Cobra (2009), o ponto de venda tem dos Coqueiros. A nova gestão teve acesso a pouca essencial importância, pois mais de 74% das deci- informação das atividades realizadas na gestão sões de compra ocorrem nele. Assim, mostrando anterior, foi necessário começar do zero. a relevância da variável promoção que abrange merchandising, promoção e promoção de vendas. Uma grande referência para o conhecimento do potencial turístico no município foi o relatório Merchandising: “Conjunto de atividades de ma- técnico com tema: Inventariando significações rketing e comunicação destinadas a identificar, culturais e turísticas: proposta de desenvolvimen- controlar, ambientar e promover marcas, produtos to inclusivo no município de Barra dos Coqueiros, e serviços no ponto de venda” (BLESSA, 2001, p. 18). pesquisa de campo visita in loco de acordo com a autora Rodrigues (2014) para documentar as sig- Promoção: “É qualquer esforço feito para co- nificações culturais e turísticas. municar e promover empresas ou produtos sem utilizar mídia convencional” (BLESSA, 2001, p. 18). 4.1 BARRA DOS COQUEIROS Promoção de vendas: “Estímulo específico de O município foi criado no dia 25 de novembro de promoção com objetivos de promover vendas, 1953, com denominação de Barra dos Coqueiros e feita por tempo indeterminado” (BLESSA, 2001, desmembrado de Aracaju (IBGE, 2014). p. 18). Os tipos de promoção são: vale- brinde, concursos, premiações, sorteios, leve três pague A cidade de Barra dos Coqueiros fica à margem dois, coleções, cupons. esquerda do Rio Sergipe, bem defronte à cidade de Aracaju, da qual dista menos de um quilômetro e O mercado turístico é formado pelo trade de tu- é ligada à capital pela Ponte Construtor João Al- rismo que são os destinos, operadoras, agências de ves. Seu gentílico chama-se barra-coqueirense, a viagens, conjunto de agentes, turistas, prestadores população é de 28.903 habitantes em 2014, mas de serviços turísticos, que incluem restaurantes, tende a crescer devido à especulação imobiliária. bares, redes de transporte (BRASIL, 2007). No trade O clima do Município é úmido e quente, a tempe- turístico, o lugar ou destino é uma marca, no caso ratura média oscila entre 20 e 30° C. O período ela é a cidade de Barra dos Coqueiros. Trade turísti- chuvoso estende-se de abril a junho. Localiza-se co são os agentes produtivos da atividade turística. na zona fisiográfica do litoral do Estado de Ser- gipe, possui uma área de 90.322 km², o bioma é O melhor divulgador de um produto turístico formado por Mata Atlântica (INSTITUTO..., 2014). é o cliente satisfeito com as experiências vividas durante a sua viagem (RUSCHMANN, 2003). Por Fundado em 25 de novembro de 1953, Barra isso, é de suma importância a integração do trade dos coqueiros é um dos municípios mais jovens turístico, para conseguir a satisfação do turista. do estado de Sergipe, formada pelos povoados: Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
64 Atalaia Nova, Jatobá, Capuã, Olhos D’água, Touro e amigos, São João com o casamento da viúva. Be- e Canal de São Sebastião. las praias como a praia da costa e Atalaia Nova, Pôr do sol na Praça Luiz Gonzaga. Feiras com di- 4.2 POTENCIAL TURÍSTICO NA BARRA vulgação do artesanato local, artesanato de pintu- DOS COQUEIROS ra em barro, produzidas por seu Nonato. Passeios de Catamarã, hotéis com ótima estrutura física o Potencial turístico é o conjunto de recursos (natu- Porto Praia Hotel, Hotel Prodigy, bares a beira rio, rais e culturais, e os serviços) que têm condições píer (SANTOS, 2014). para se tornarem produtos turísticos. Contanto é essencial ajustá-los às necessidades do mercado, Povoado Capuã: Povoado localizado na Rodovia aprimorá-los, dotando-os de condições para se- SE-100, foi observada grande especulação imobi- rem usufruídos pelo turista. (SEBRAE, 1996, p. 11). liária na região, a construção da Ponte Construtor João Alves foi o incentivo para o investimentos em Formada por belezas naturais, está entre o condomínios de luxo no município como o Maikay. rio e o mar, possui lindas praias, manguezais, du- No povoado, há uma associação de catadoras de nas e coqueiros que foram inspiração para o seu mangabas que fabricam, de forma artesanal, produ- nome. Possui cultura e artesanato que poucos co- tos extraídos das frutas mangaba e murici. No mês nhecem. A Barra dos Coqueiros é um paraíso que de Julho, acontecem os festejos de Nossa Senhora espera ser apresentado ao público, necessita de do Carmo, padroeira do povoado. A culinária fica por investimento tanto para a sua divulgação, quanto conta do restaurante de Seu João, conhecido por ter para a proteção do meio ambiente. o melhor pirão de capão da Barra (SANTOS, 2014). De acordo com Santos (2014), após a coleta e Povoado Olhos D’água: Festa do Padroeiro São análise de dados realizada, foram identificados Domingos Gusmão, realiza-se um leilão nos dias os atrativos turísticos. A pesquisa de campo foi festivos, tem mais de 50 anos de tradição, a igreja realizada na sede (Barra dos Coqueiros) e nos po- de São Domingos tem 64 anos (SANTOS, 2014). voados: Atalaia Nova, Capuã, Olhos D’água, Jatobá, Touro, Canal, cada povoado teve seus atrativos tu- Povoado Jatobá: Contemplado com a praia de rísticos descritos. Jatobá, que possui um belo litoral, formado por dunas. A renda da população é proveniente prin- Barra dos Coqueiros (sede): Barcos Tototós, cipalmente da pesca, colheita de mangaba e pou- com design rústico, foram por muito tempo um cos restaurantes que prestam serviços para ca- dos principais meios de transporte da população, minhoneiros que levam mercadorias ao porto. Há para a travessia a capital Aracaju, mas o número de pousadas, mas os principais hóspedes são os ca- passageiros foi reduzido com a construção da pon- minhoneiros. A festa da Padroeira ocorre no mês te Construtor João Alves, o caminho por ela encanta de agosto. Existiram grupos folclóricos reisado e quem passa, pois possibilita admirar o rio Sergipe. caboclinho, mas não teve continuidade devido o A Igreja Santa Luzia localizada próximo ao desem- falecimento de seu líder. Tem um sanfoneiro pro- barque das tototós, recebe o nome da padroeira da fissional, conhecido por todos como Sonda. Arte- cidade, é a igreja mais antiga do município. A cul- sanato produzido por mulheres da comunidade tura de Barra dos Coqueiros é formada por grupos como flores, luminárias feitas de paneiro, material folclóricos como samba-de-coco, reisado e capoei- tirado do coqueiro (SANTOS, 2014). ra. O artesanato é confeccionado pela associação de artesãs e artesãos – AAABC (SANTOS, 2014). Povoado Touro: É realizada a festa da Padroei- ra Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro. Povoado Atalaia Nova: Eventos como Projeto Possui dois restaurantes: O restaurante “Meu Véio”, Verão que ocorre no mês de janeiro, carnaval com localizado as margens do manguezal e o Restauran- trio elétrico e blocos de rua formados por famílias te “Mirante” as margens da rodovia que liga o muni- Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
65 cípio a Pirambu. Crochê e bordados são produzidos Os atrativos turísticos de Barra dividem-se em: por moradoras. Em uma casa a beira de estrada es- atrativos histórico/culturais – barcos tototó com culturas e pinturas são produzidas (SANTOS, 2014). passeio pelo Rio Sergipe; gastronomia típica: Ca- ranguejo, mangaba, muruci, coco, peixes; grupos Povoado Canal: O restaurante tempero caseiro folclóricos: Samba de coco, reisado, capoeira; arte- possui uma boa estrutura física para recepcionar sanato: associação de artesãs e artesãos, artesa- os turistas, com música ao vivo aos domingos e nato das mangabeiras, crochês e bordados; festas culinária típica da região. O Bar do Nén localizado religiosas: festa da Santa Luzia, festa de Bom Jesus a beira do mangue, possui uma bela paisagem. A dos Navegantes, festa de Nossa Senhora Apareci- festa de São Sebastião, padroeiro do povoado ocor- da, festa de São Domingos Gusmão, festa de São re no final do mês de janeiro. Está em construção a Sebastião, aniversário da cidade; eventos: carnaval, quadra de esporte do povoado (SANTOS, 2014). São João com o casamento da viúva, Verão Sergi- pe. E os atrativos naturais - Praias: Praia da Atalaia Melgar (2001) afirma que os atrativos são uma Nova, Praia da Costa, Praia de Jatobá; Rios: Sergipe matéria-prima com grande relevância para o pro- e Japaratuba; manguezais; dunas; pôr do sol. duto turístico, pois eles motivam o deslocamento das pessoas para ver, fazer ou sentir desfrutar de 4.3 TURISMO E O PODER PÚBLICO sua existência. Melgar (2001, p. 70) complemen- ta que os atrativos “são o lugar em torno do qual Segundo Ruschmann (2003), os responsáveis são desenvolvidas infraestruturas que permitam pelo marketing turístico são: fazer dele um produto com capacidade de ser con- sumido por algum tipo especifico de mercado”. E a) As empresas individuais: “que são envolvi- classifica os atrativos turísticos em categorias: das com o fornecimento dos seguintes serviços: transporte, alimentação, alojamento, entreteni- • Sítios naturais: montanhas, praias, lagos e la- mento, atividades físicas, informação, organiza- goas, rios e riachos, cachoeiras, grutas e caver- ção, viagens eventos” (RUSCHMANN, 2003, p. 33). nas, observação de flora e fauna, caça e pesca, termas, parques nacionais e reservas; b) Instituições cooperativas: “parceiros, inte- grantes de diversos setores envolvidos nas • Históricos: museus, sítios históricos, sítios atividades turísticas, conseguindo formar arqueológicos; um produto global e vendê-lo integralmente” (RUSCHMANN, 2003, p. 34). • Culturais: folclore, gastronomia, manifesta- ções étnicas, religiosas e artísticas; c) Estado: “é o proprietário, e responsável pela in- fra-estrutura básica de um país, como estradas • Congressos e Eventos: feiras temáticas, fei- portos aeroportos, comunicações, serviços de ras artesanais, eventos esportivos, congressos saúde”. É de sua ossada a legislação para a pre- temáticos; servação do patrimônio natural e cultural do país, região ou localidade (RUSCHMANN, 2003, p. 34). • Educacionais: Cursos e seminários; Os autores Dias e Cassar (2005, p. 90) frisam a • Recreacionais: parques temáticos, visita a importância da parceria do setor público e privado, parentes e amigos; afirmando que • Saúde: tratamentos especializados e embe- Quando um produto turístico especifico é co- lezamento; mercializado, deve-se levar em conta sempre o produto turístico global (toda a experiência vi- • Negócios: compras e pesquisas. venciada pelo turista), o que inclui a qualidade Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
66 de serviços prestados pelos órgãos públicos no projetos descrevendo o que tinha disso realizado local e durante o percurso. nos anos interiores. Os eventos que permanece- ram foram o Verão Sergipe, realizado pelo Governo Não é suficiente apenas a execução do marke- do Estado; Carnaval de Rua, organizado pelas fa- ting, as estratégias, ações e divulgações do ponto mílias da Atalaia Nova, Associação de Artesanato, turístico, se o local não for adequado para receber grupos folclóricos e culturais que são independen- o visitante ou turista. É fundamental uma adequa- tes dos órgãos públicos. Abaixo, serão descritas as da exploração dos recursos turísticos, melhorar a in- atividades realizadas pela Secretaria de Turismo: fraestrutura de acesso, serviços básicos como água, esgoto, eletricidade, transporte, saúde e comunica- Festas: Eventos culturais e artísticos com Car- ção, hotéis, restaurantes, centros de informação. O naval, festejos juninos e festas tradicionais reli- turista quer que o local visitado esteja em boas con- giosas, os eventos tem se tornado cada vez mais dições e exige uma melhor oferta de serviços. comum, para a divulgação e promoção local, regio- nal ou de um país. Atraindo uma grande quantida- “Umas das principais características do marke- de de pessoas, contribuindo para a divulgação do ting turístico é a relativa interdependência entre o local a um custo baixo. setor público e o privado no que diz respeito à ma- nutenção da qualidade do produto turístico, um Dunas e manguezais: A prefeitura está de- dos elementos centrais do marketing mix” (DIAS; senvolvendo um plano de desenvolvimento local, CASSAR, 2005, p. 89). incluindo: Parque dos Mangues – parque voltado para trabalhos de Educação Ambiental, Cooperati- Para Dias e Cassar (2005), é essencial o plane- va de piscicultura e urbanização de acesso; Parque jamento de forma apropriada a exploração dos re- de Praia; Parque de Dunas contemplativo e espor- cursos turísticos, é papel do município manter em tivo; Orla do Rio Sergipe com marina. condições de exploração sustentável para o turis- mo seus atrativos, assim preservando os atrativos Dia do Turista: Foi realizada uma excursão com para as futuras gerações. alunos universitários da área de Turismo para um city tour pela cidade, com passeio de barco tototó, Os locais não são mais simples cenários para as visita aos manguezais, almoço no Hotel Prodigy e atividades. Em vez disso, cada comunidade tem para finalizar o pôr do sol na Praça Luiz Gonzaga. de se transformar em uma vendedora de bens e serviços, uma promotora de seus produtos e Aniversário de Aracaju, capital de Sergipe: Ocorre do valor do seu local. Os locais são na verdade, o tradicional passeio de tototós com todas as em- produtos cujos valores e identidades devem ser barcações, lanchas, jets kis, recebendo os visitantes planejados e promovidos. Aqueles que não con- com atrações musicais e feiras de artesanato. seguem fazer uma boa promoção de si mesmos correm o risco da estagnação econômica e do de- Feiras: Feirinha do Turista, que é itinerante clínio. (KOTLER; HAIDER; REIN, 1994, p. 11). e roda os principais pontos turísticos da cidade. Participação do município por intermédio da EM- 4.4 TURISMO EM BARRA DOS SETUR e SETUR- SE, onde ocorre a divulgação de COQUEIROS: ESTRATÉGIAS material de campanha como folders, cartazes e vídeos. Divulgação do município nas redes sociais A Secretaria de Turismo, responsável pelo de- no facebook e twitter, e site oficial da Prefeitura. senvolvimento do turismo de Barra dos Coqueiros, vem realizando projetos. Como foi citado no inicio Cursos e Oficinas: A Secretaria de Turismo vem desse capítulo, as dificuldades encontradas pela mobilizando a população por meio de oficinas e nova gestão que iniciou suas atividades em janei- cursos que vêm sendo ministrados em parceria ro de 2013 foram: não havia arquivos, relatórios, com o Instituto Federal de Sergipe, e também por Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
67 meio de visitas e material de impresso que é dis- 5 CONCLUSÃO ponibilizado nas escolas e nos pontos turísticos. Como objetivo de atrair e manter o cliente, in- Parceria com o setor privado: O Prodigy, Hotel serido no turismo, o marketing é uma ferramenta Resort “pé na areia” do Estado, com toda infraes- fundamental para o desenvolvimento da ativi- trutura necessária para receber os turistas e gran- dade turística, permitindo entender, identificar os des eventos, onde são realizadas exposições de segmentos do mercado, conhecer as necessidades artesanatos, apresentações culturais, como samba e desejos do público-alvo, e desenvolver produtos e de coco. O setor privado vem colaborando por meio serviços adequando-os às necessidades dos turistas. de patrocínios em eventos, com palestras, congres- Torna-se primordial a inserção do composto merca- sos, conferências e fóruns para o município. dológico como uma ação do marketing turístico. Urbanização: Construção de praças, píer para No estudo de caso apresentado, foi possível atracação de Lanchas e barcos turísticos, reforma identificar os potenciais turísticos do município, do porto para atracação das embarcações tototós. que é agraciado por belezas naturais, um leque de cultura, artesanato, que favorecem o turismo local, Parceria com o Governo de Sergipe: Verão Ser- atingindo o objetivo geral da pesquisa: identificar gipe – acontece na Atalaia Nova, passando tam- o potencial turístico de Barra dos Coqueiros. Exis- bém por cidades históricas, reúne atrações na- tem ações realizadas pela Secretaria de Turismo, cionais e locais do pop rock, MPB e outros estilos. mas essas não são permanentes e suficientes Artistas como Nando Reis, Diogo Nogueira, Titãs, para o desenvolvimento da atividade turística. Nação Zumbi e Paralamas do Sucesso já passa- ram pelos palcos do Verão Sergipe. Como a pro- A Administração Pública de Barra dos Coquei- posta do evento é fomentar o turismo e dissemi- ros ainda tem muito que fazer, pois o turismo no nar as práticas esportivas, acontecem diversos município está em fase inicial, precisam-se apro- campeonatos de esportes, em arenas montadas veitar os potenciais, planejando e qualificando nas praias dos municípios que sedia o evento. para desenvolver o turismo. É necessário o uso Com acesso gratuito, mais de 80 mil pessoas são de estratégias de marketing para impulsionar o esperadas em cada noite, que fazem a alegria e mercado turístico, esses são os caminhos que a agitação dessa festa (TURISMO..., [s.d.]). administração deve seguir para atingir os objeti- vos. Sugerimos estratégias iniciais como roteiri- Tototó: embarcações novas, patrimônios res- zar os atrativos esta ação auxilia no processo de taurados. O Governo de Sergipe irá reformar vinte identificação dos roteiros turísticos e construir e três tototós, patrimônio e símbolo do municí- parcerias com a integração dos agentes do trade pio, além do transporte tradicional entre Aracaju turístico do município, desenvolver e implemen- e Barra, as embarcações incrementarão o turismo tar ações voltadas para conscientizar a população (BRASIL, [s.d].) sobre a importância do turismo para a localidade como preservar os locais públicos, pois atividade Reforma da Praça Luiz Gonzaga: Localizada à turística gera renda, participar efetivamente de margem do Rio Sergipe, uma das maiores praças eventos e feiras com capacidade potencial, rea- de eventos do Estado de Sergipe, possui uma orla lizar feiras semanais de cultura e artesanato no com complexo esportivo: quadras, campos de fu- município, valorizando e divulgando o trabalho tebol e de vôlei. dos artistas locais. Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
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70 Recebido em: 11 de fevereiro de 2016 Avaliado em: 16 de fevereiro de 2016 Aceito em: 18 de fevereiro de 2016 Ideias & Inovação | Aracaju | V. 3 | N.2 | p. 57-70 |Setembro 2016
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